9 de nov. de 2009

O Sono

Procuro em mim as mentiras para suprir sua falta
Passeio pelos corredores escuros, abro a geladeira sem razão
Pés descalços e mente confusa
Frio
Rolo na cama e o sono não vem
As palavras do jornal não tem sentido
Os livros novos amarelam e perdem as folhas
As notícias na TV nunca falam o seu nome
Tudo vai ficando turvo, pesado, mudo.
É o sono que chega irritado com meu desespero
E a falta toma espaço...
De pedaço em pedaço vou lembrando você
Eu lembro por tentar te esquecer
Eu insisto, é instinto
Pra cada lembrança que eu tento apagar, outras dez me atacam
Por cada lasca que arranco de você, outras mil tomam lugar
Minha segunda pele atende pelo seu nome
Eu te chamo e me respondo
Eu brinco de me iludir
Corro de braços abertos pra mim mesmo, na esperança de você ser eu... Assim como eu sou você
Peço favores à estranhos, entrego bilhetes aos garçons
Onde está você?
Cada esquina tem seu traço
Cada rua tem seus passos
O meu quarto tem seu cheiro
Mas você não está nos traços
Seus pés não estão nos passos
E seu cheiro vem do lençol, não da sua pele
Onde está você?
Mais um dia chega... e com ele menos vontade de sair.
Muita luz lá fora, muito verão, muito barulho.
Aqui dentro é silencioso e escuro.
Permaneço sentindo o vazio que era o espaço feito pra você ficar.
O café não tem sabor.
O banho não refresca.
A claridade não ajuda a enxergar.
E a falta toma espaço...
.
.
Matheus


Um comentário:

Diego Blanco disse...

ficou ótimo, cara!
Me tocou!
Parabéns!