3 de nov. de 2009

Metade da minha metade (Adaptação do texto original de Oswaldo Montenegro)


Que o tempo que ruge e que fere
não me proíba de sentir cada segundo vagarosamente.

Que o partir e o chegar incessantes
não façam de mim um corpo gelado
Porque metade de mim é encontro
mas a outra metade é despedida.

Que a morte e a vida que se equilibram
não façam de mim mais uma de suas vítimas
Porque metade de mim é o ócio
mas a outra metade é vontade.

Que as idéias e os desejos que tenho
não façam de mim apenas sensação
Porque metade de mim é paixão
mas a outra metade é prece.

Que o peso da consciência em tardes de tédio
não faça de mim apenas passado
Porque metade de mim é remorso
mas a outra metade é esperança.

Que as lembranças e a angústia se afastem, fazendo com que assim, o cotidiano seja um pouco mais prazeroso.

Que os reflexos da alma que não morre
não façam de mim a mesma pessoa que já fui
Porque metade de mim é o que eu era
mas a outra metade é o que eu quero ser.

Que eu nunca precise ferir ninguém com palavras
para que assim eu durma sempre em paz.
E que cada um que cruzar meu caminho leve de mim apenas sorrisos
Porque metade de mim é inconstância
mas a outra metade é abrigo.

Que o amor se mostre constante e presente
Mesmo que eu sofra por ele
E que as pessoas me vejam como um louco romântico
Porque é com amor que eu rego minhas raízes.
Porque metade de mim é tronco velho
mas a outra metade é semente.

E que a minha felicidade seja eterna
Porque metade de mim é o que eu pareço ser
e a outra metade também.
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Matheus

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