30 de abr. de 2010

à MR

Em homenagem à saudade que será deixada pela linda turnê "Samba Meu", que está em suas últimas apresentações. Em homenagem também à Maria Rita, mulher brasileira, portando guerreira, que nos alegra e emociona, e que acima de tudo se mostra humana em todos seus lados. Ela estará em BH no dia 02/05, e eu estarei lá pra conferir o último show de sua turnê.

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Como não sentir falta daquilo que foi parte de si?

Como não travar os impulsos da despedida nas memórias felizes de momentos passados?

Segurar nas mãos do futuro é o reinventar de nossa própria história...

Mas quem disse que esta história não servia mais?

Passamos os dias contando os minutos do precoce destino, e bolinamos nossa alma com as goteiras de lágrimas de saudade-feliz.

É estranho imaginar essa tal saudade-feliz...

Ela é garota mais nova e de energia exaltante, montada a cavalo e de esporas aos pés, descendo as ladeiras com aquilo que era e subindo de volta com aquilo que será.

Essa saudade samba em todos os lugares e viaja o país com metade de nossos sentimentos expostos...

Mas deixa metade deles guardados para que possamos chamá-los de coração.

Será que ele pulsa metade-batendo?

Essa garota impulsiva percorre a garganta e transmuta-se em nó.

E quando cai exausta, e exausta-se rápido, ela sai como grito cantado, retratos colados em espelhos de camarim.

Essas palavras que ela sai por aí falando, aos poucos vão esgotando os seus noventa sentidos... E ela cansa de andar.

E quando ela cansa é tempo de novas inveções... É tempo da revolução de um corpo só, munido de uma só ferramenta, travado em apenas uma batalha:

A batalha da alma contra o muito-ninguém.

E passado o muito, que pode ser pouco, ou o pouco que é pouco demais, esbalda-se na loucura essa menina-saudade, e corre mundo afora mudando seus trajes, cantando em lajes e em palcos de pequenas cidades, interpretando os sons à sua maneira, falando do amor e da vida, do sol e do mar, do jeito certo de amar...

É danada demais da conta, essa menina...

Deve ser Menina-Maria também.

Quando ainda é cedo, quando achamos que a partida ainda será logo menos, quando nos acostumamos às maneiras dessa Maria, vai-se ela mais uma vez embora....

E parte mesmo sendo nossa parte...

Mesmo levando consigo a metade...

Mesmo não tendo vontade...

E como não sentir falta daquilo que foi parte de si?



Matheus

4 comentários:

Ana Beatriz Camargo disse...

Tá, primeira coisa: antes de terminar de ler o texto eu já abri a página de comentários porque eu sei que terminaria de ler com a voz embargada.

Segunda coisa: você conseguiu. Parabéns! A situação aqui está complicada para escolher as melhores palavras, mas eu vou tentar. Promessa.

Que coisa mais lindinha essa homenagem à Maria, a nossa Maria. Sabe, fui ao último Samba Meu em SP e posso dizer com propriedade que eu senti o que é um samba de verdade - um perfeito Samba Meu, Nosso.

Pelo que eu entendi, você esteve no SM de BH, certo? Deve ter estourado de emoção assim como nós paulistas no nosso sábado glorioso.

Matheus, foi ótimo ter encontrado seu blog pelo site da Maria e lido seu texto. Apesar de ser uma ode à saudade, é uma ode á Maria, a nossa Maria, a Maria do Brasil!

Parabéns mesmo. Estou seguindo o blog. Beijão.

www.declarando.blogspot.com

Ana Beatriz Camargo disse...

Aliás, não estou encontrando o botão para poder seguir seu blog. Help?

Matheus de Castro Macêdo disse...

Nossa Ana, que honra viu! Muito obrigado pelo comentário!
Pra seguir é no alto da página, ao seu lado esquerdo.
Vou seguir o seu!
Bjaao

Heron Xavier disse...

Que bacana seu blog Matheus! Vou logo add como 'meus favoritos'! O show foi muito bom, gostei demais! Abraços!