3 de dez. de 2009

No canto


Jogo seus beijos no canto da sala
Pois era no canto da sala que você costumava me jogar
Naquele canto foi onde também deixei suas coisas.
Do resto da minha casa, nada ficou no lugar;
Mentiras jogadas para fora, versos riscados em papel.
De lixo fiz os segredos, os planos, a alegria...
Como trilha ouço suas palavras que ecoam ao fundo das fotografias.
São as fotografias que me trazem a maior tristeza
Foi ali que você estampou seus melhores sorrisos falsos
Foi com elas que você se tornou artista e eu me tornei um louco
E com a fúria que me corrói eu destruo o meu mundo na esperança de destruir seus pensamentos juntos com ele.
Seus lábios, seu corpo, seus poemas...
Tudo falso.
Você toma jeito para político!
Arrastaria multidões com seu fingimento...
E é por isso e por tudo que eu jogo suas coisas num canto
Deixo no canto porque no canto não me incomodam os caminhos, corredores, estantes...
Deixo no canto porque do canto eu não preciso tocar se não quiser
Mas posso olhar sempre que lembrar de você
.
.
Matheus

Nenhum comentário: