14 de mai. de 2010

Pretérito Mais Que Perfeito (Poema em dupla)


Pretérito mais que perfeito no indicativo que torna-se imperfeito.
Imperfeito no presente do indicativo com chances de ser perfeito no futuro do pretérito.
Você poderia ser meu verbo auxiliar.
Mas se fosse no infinitivo, aí sim seria melhor...
Deixava de lado até as cadeias verbais;
Esquecia dos temporais que passassem pela nossa janela.
Viveria de letras e sua língua com gosto quente de partida breve...
Seriamos nós, as palavras e a nossa cama amarrotada pelos verbos que iríamos experimentar.
Predicatos, redundâncias, ditongos e hiatos...
Há um hiato perturbador entre nós.
Entre as conjugações e tempos verbais, vou me definhando aos seus poemas e cantos de pássaro triste; que estranhamente soam doces aos meus ouvidos.
Estranhos seriam meus versos sem os verbos de ligação que apenas tu sabes como usar.
Estranho seria se com o tempo eu não soubesse conjugar o verbo amar...
E depois dessa odisséia de termos, uma onomatopéia seria o bastante pra expressar o nosso calor...
Falemos pouco; pra não gastar o silêncio entre nós...
Sonhemos pouco; pra não gastar esse tempo ocioso que insiste em estar presente...
Façamos barulho algum; pra ver se fugimos do hiato, pra ver se contrariamos o ditado que insiste em pregar que não dá pra ser feliz à distancia
Nossa paixão é um pretérito perfeito, que quanto mais perfeito, mais passado se torna;
E eu passo noites em claro tentando te encontrar na vastidão de sonhos e encantos...
Permaneço conjugando o verbo sofrer.
Faça as malas...
Não tenha medo, por favor.
O caminho eu te explico...
Te mostro como conjugar o verbo querer.
E assim, se a gente quiser, dá pra deixar de sofrer.


Matheus Castro e Bruno Akimoto

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